terça-feira, 22 de setembro de 2009

Experiência com os estereogramas

Ontem, especificamente, não consegui identificar as figuras "escondidas" nos estereogramas. No entanto, numa outra vez, lá no CAP - em que temos um livro só de estereogramas - eu consegui perceber uma esfera. Foi muito agradável, porém, como entretenimento. Não tiro outra conclusão pedagógica dessa experiência senão a de que seria interessante proporcionar a mesma experiência às crianças, ou como entretenimento também, ou como introdução a uma aula de óptica.
Querer tirar outra conclusão da tridimensionalidade das figuras escondidas nas imagens bidimensionais; desfocar a visão - ou o "olhar pedagógico"; tentar transplantar a experiência óptica para a prática pedagógica é fechar os olhos à realidade da educação e desconsiderar, deliberadamente, os saberes construídos e aprimorados historicamente por diversos pensadores. É querer partir do zero, como se a história fosse inválida e como se os problemas da educação fossem decorrentes de uma incapacidade de abstração por parte das pessoas envolvidas com a educação - pessoas, essas, que não se disporiam a "transver o mundo", às quais lhes faltaria imaginação - como recentemente afirmavam os organizadores do COLE, Congresso de Leitura.
Não nos falta imaginação. Falta-nos, isto sim, conhecimento histórico: do que já foi feito e das razões pelas quais fracassou ou vingou; dos interesses envolvidos no que foi feito ou no que deixou de ser feito; do modo como produzimos e garantimos nossa sobrevivência material e simbólica. Falta-nos coragem para tomar partido.